A Questão Crucial
A Questão Crucial (1.8-10)
G á l a ta s 1 .7 - 1 0
— ou até sobre os anjos do céu —, caso eles “pregassem um
evangelho diferente (gr., para) daquele que vos pregamos”11 (cf. BJ, CH). Estas
palavras não eram um discurso inconseqüente ou mera retórica. A pessoa da
herança e educação de Paulo teria profundo respeito por votos solenes e
maldições. Ser anátema (cf. “amaldiçoado”, NTLH; “maldito”, BAB; cf. CH) era fatal.12 A natureza séria do erro
promulgado entre os gálatas é destacada por tal declaração. Paulo os avisara
deste erro, talvez na primeira vez que lhes pregara. Por isso, os lembra: Assim
como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo (9).
O contraste entre
agora... vo-lo digo e já vo-lo dissemos torna bastante certo que ele não estava
se referindo ao versículo anterior. Se alguém vos anunciar outro evangelho além
do que já recebestes, seja anátema. O versículo 9 difere do versículo 8 no
ponto em que é usado o pronome indefinido
“alguém” {tis) no lugar do sujeito — Paulo ou um anjo. No
versículo 8, a possibilidade
mais remota — “se
nós” —, ao passo que neste versículo a construção gramatical sugere que tal
possibilidade está acontecendo — “se alguém está”. E indiscutível que Paulo está se referindo ao que estava sendo feito na Galácia.
Inicialmente, ele se usara como mera ilustração hipotética. Em nossos dias de
tolerância crescente na religião, a denúncia dogmática de Paulo soa um tanto
quanto descabida. Claro que há o respeito pela crença dos outros e apoiamos a
garantia de que ninguém sofra perseguição religiosa. Mas isto não significa que
todos os caminhos levam a Deus. A oposição de Paulo não era um sectarismo
estreito; era a preocupação sobre o meio fundamental de salvação. Ele estava
convencido de que o curso que os gálatas estavam tomando os conduziria à
escravidão espiritual — e quem saberia melhor que ele, que tinha vivido sob a
lei? Só lhe resta condenar tal teologia — terminantemente.
O seu Mestre não
advertira que ele viera trazer espada (cf. Mt 10.34)? Nestes dias em que
vivemos precisamos ouvir esta voz de certeza e convicção, bem como da
verdadeira tolerância.
Os oponentes de Paulo o acusaram de ajustar sua mensagem de
forma que fosse atraente aos homens e lhes ganhasse o favor. Por isso,
pergunta: Persuado {peitho,“apelo”) eu agora a homens ou a Deus? (10). Tal
condenação séria é humanamente atraente? Ele repete a pergunta com palavras
diferentes: Procuro agradar a homens?
A resposta é um enfático Não! Se estivesse ainda agradando
aos homens, não seria servo de Cristo. Esta afirmação deve ser entendida em
termos do seu contexto. Paulo estava sendo acusado pelos judeus de rejeitar a
lei para agradar aos gentios. Em outro texto, o apóstolo demonstra abertamente
a importância e até a necessidade de agradar aos homens a fim de conquistá-los
para Cristo (cf. 1 Co 10.33). O apóstolo não pode ser considerado um
independente radical. Ele era sensível às atitudes dos homens. Se ele se permitisse
ser colocado em servidão das opiniões de homens ele já não seria o servo liberto
de Cristo. Se ele tivesse de decidir entre agradar aos homens e a Deus, sua
escolha não estava em discussão. Segundo nos versículos 1 a 10 “A Mensagem de
Deus a quem se Desvia de Jesus”: 1) A mensagem vem de Deus Pai, 1, e por meio
de um líder espiritual preocupado (4.19); 2). A maior preocupação de Deus é a
nossa salvação do pecado, 4; 3) Você se desviou de Jesus?, 6,7; 4) A seriedade
da deserção, 8,9; 5) O caminho para a recuperação: Procuro ser servo de Cristo,
10 (ver tb. 2.18-20).
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